terça-feira, 18 de agosto de 2009

Apresentação dos grupos: Literatura de cordel - 8º B da EMAB

1º grupo: Tema AIDS


Autores: Fátima, Joyce, Juliana Kelly, Signeide, Geovana e Elaine



A história que eu vou contar
É de partir o coração
Ela diz como é ruim
Se andar na contramão
Viver assim é loucura
A gente quase não dura
Morre de antecipação.

É a vida de um rapaz
Que de nada tinha medo
Topava toda parada
Tudo desde muito cedo
Era forte, destemido,
Moço feito parecido
Homem sem nenhum segredo.

Assim vivia José
Lutando para viver
Não conhecia derrota
O seu lema era vencer
Ele vivia pensando
Que o certo é viver lutando
Pra nunca ter que perder.

Na rua onde residia
Ele era muito afamado
Pois além de bonito
Tinha a fama de tarado
Seu negocio era transar
Mas não pensava em casar
Pra não viver amarrado.

Cada dia uma mulher
Passava na sua mão
Como passa a ventania
Como faz o furacão
Rompendo qualquer barreira
Zé, com sua furadeira
Não perdia ocasião.

Seu João, pai de José
Andava preocupado
Pois seu filho garanhão
Tava muito descuidado
Transava sem camisinha
Pegava qualquer murrinha
Era de fato um tarado.

Seu joão sabia que a AIDS
Pegava qualquer mortal
Criança, homem e mulher
Não escapavam do mal
A não ser que se cuidasse
E a doença evitasse
Pra não sofrer n final.

Além disso, ele sabia
Que a AIDS era causada
Por um bicho pequenino
Cuja porta de entrada
No corpo de um qualquer
Criança, homem, mulher
Era muito variada.

Mas vamos voltar a Zé,
O grande rei do tesão
Que transava sem ver cara
Sem amor no coração
Pulando de galho em galho
Conquistando sem trabalho
Maria, Joana, Ceição.

A fileira de mulher
Aumentava todo dia
Se não era procissão
De certo era romaria
Aí José se gabava
Das donzelas que pegava
Com a sua pescaria.

Mas o tempo foi passando
E Zé resolveu casar
Escolheu bela Milena
Uma jovem do lugar,
Mas muita gente pensava
Que Zé na igreja não entrava
Nem para se confessar.

As namoradas de Zé
Choravam no casamento,
Mas não perderam a festa
Esqueceram o sentimento.
A noite foi de alegria
Qualquer tristeza morria
Vendo aquele movimento.

Logo no 1º ano
Sua esposa engravidou
A barriga foi crescendo
Mas o vestido encurtou
E Zé, murchando o tesão
Foi buscar nova emoção
Nas amantes que deixou.

Quando a menina nasceu
Seu João chorou de alegria
A festa foi noite inteira
Teve muita cantoria
Se juntando à bebedeira
Veio o pessoal da feira
Pra conhecer a Sofia.

Ano seguinte um menino
Nasceu muito adoentado
Nem parecia de Zé,
Um pai tão forte afamado,
Mas a vida foi passando
Magro, seco, vomitando
Sinais de um derrotado.

Nenhum remédio curava
A fraqueza do menino
Reza, macumba e passes
Lutaram contra o destino.
Tudo foi feito afinal
Para derrotar o mal
Que matava Cabralino.

Mas um dia, seu doutor
Depois de tudo tentar
Resolveu pensar em AIDS
Sem querer acreditar.
Quando o exame chegou
O resultado matou
Toda a chance de curar.

Dois anos de sofrimento
E Cabralino morreu
Magrinho feito um palito
Levando o tesouro seu
A inocência da vida,
Tão pequena, tão sofrida
A vida que Deus lhe deu.

A cidade esqueceu logo
A morte de Cabralino
Pois Zé vivia deitado
Doente, perdendo o tino
Tinha febre, emagrecido
Tava tudo parecido
Como o mal de seu menino.

Dito e feito, assim se deu,
A tal AIDS pegou Zé,
Pegou pra nunca soltar
Numa transa com mulher.
Isso prova o ensinado
Que mesmo em homem casado
A doença toma pé.

Assim Zé foi definhando
Seu pulmão ficou sem ar
Tossia perdendo fôlego
Nem podia respirar
Dava choro e compaixão
Ver que o rei do tesão
Tava sem poder falar.

Foi quando sua mulher
Também foi pra o hospital
Internada com suspeita
De sofrer do mesmo mal
Essa doença tão forte
Que pode levar a morte
Em transa sexual.

Os três morreram com AIDS
Zé, Milena e Cabralino
Mas nem tudo foi ruim
Pois a sorte ou o destino
Pegou na mão de Sofia
Lhe deu saúde e alegria
Paz, amor e muyito tino.

E seu João, todo saudade
Faz seu alerta geral
Use sempre camisinha
Na transa sexual
Transe com a mesma pessoa
Pois a vida é coisa boa
E AIDS é dor, grande mal..

Autores: Fátima, Joyce, Juliana Kelly, Signeide, Geovana e Elaine











Um comentário:

  1. Que máximo!
    Os alunos participando de forma tão criativa das atividades do GESTAR II.Estou muito feliz com sua participação.
    Beijos gestaleiros.

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